The Two Survivors - Chpt 5 [Portuguese - BR] (original version)
The Two Survivors [Portuguese - BR]
Descrição:
As Duas Sobreviventes é uma série de fãs de quadrinhos e histórias, criada por Antony Bindilatti e em parceria de Priscilla2Warrior, também conhecida por Priscilla McGee. A série tem a junção diferentes histórias dos personagens das séries famosas como Claymore (marca registrada de Norihiro Yagi e Madhouse Studio) e The Walking Dead (Robert Kirkman e Telltales Games por The Walking Dead: Michonne), todos focalizando em algumas jornadas, alguma ação e alguma diversão com os personagens favoritos (e alguns menos).
O foco da história aborda duas jovens garotas: Priscila e Paige. Priscila é uma recém-formada guerreira da Organização após receber seu lugar como Número 2, e Paige é uma das sobreviventes após um apocalipse zumbi ter devastado Geórgia e transformado as vítimas em Walkers.
E quando as duas sobreviventes se encontram, uma longa e incansável viagem começa e elas terão de lutar para sobreviver.
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Horas se passaram depois que os sobreviventes deixaram o território dos Predadores da Selva. Priscila ajudava Raj a levar Alice pelos braços enquanto a mãe de Mark e Andrew ainda estava um pouco debilitada por conta da bala que atravessou o peito dela. Christine, os garotos e Paige prosseguiram, com a atiradora indo na frente do grupo.
A região onde os sobreviventes encontravam-se era parcialmente coberta de plantas, com algumas árvores ao redor. Podia-se ver a paisagem montanhosa no horizonte e uma cachoeira de águas limpas.
No caminho para a cabana, eles avistam um riacho com algumas rochas banhadas por ele e pelos raios de sol. Atravessando para chegar no outro lado, o riacho era raso para dispensar a natação, mesmo que a água fosse um pouco fria.
Enquanto o grupo prosseguia, Alice ficava um pouco cansada. “Estamos andando há horas. Ei Christine, tem certeza que essa cabana não está longe?” perguntou ela enquanto Priscila e Raj a carregavam.
“Não muito, Alice.” respondeu a jovem enfermeira de cabelos loiros. “Eu lembro que a cabana está do outro lado deste riacho.”
A mãe dos garotos estava um pouco debilitada depois da cirurgia de emergência. A guerreira optou por carregá-la nos braços para aliviar o médico indiano de uma viagem conturbada.
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Quando o grupo atravessou o riacho, eles avistaram mais árvores e mato alto. A viagem parecia bem exaustiva. Os garotos pararam para descansar um pouco. Vendo eles cansados, Paige e os outros fizeram o mesmo. Os pés deles estavam vermelhos e levemente inchados. Priscila era a única da turma que não estava cansada, porém retirou a espada da transportadora dela para enfiá-la no chão e apoiar na lâmina para descansar.
Raj e Christine puderam examinar o curativo na Alice. Não apresentava sinais de infecção ou de sangramento, mas a longa viagem até encontrarem a cabana deixava todos exaustos. Paige e Priscila distribuíram algumas garrafas de água para os demais. Era o suficiente para repor as energias e a água consumida. A garota do fuzil Marlin se aproxima de Alice ao entregar a garrafa. Ela estava exausta, porém estava consciente.
“Aqui Alice. Pegue um pouco de água. Vai te ajudar a se sentir melhor.” disse Paige, entregando o recipiente.
A mãe dos garotos a agradeceu. “Obrigada Paige.” Em seguida, ela foi beber em pequenos goles.
Paige estava um pouco preocupada pelo bem-estar da Alice. Mesmo que o perigo já tenha passado, Raj e Christine estão fazendo de tudo para monitorar o estado dela. Felizmente nenhuma irregularidade com os batimentos cardíacos, a pressão arterial se encontrava um pouco alterada, mas não ao ponto de elevar ao extremo. Isto indica que Alice está bem e que viverá sem algum tipo de problema decorrente ao ferimento de bala. Contudo, ela precisava descansar.
A jovem atiradora se sentou do lado de Alice.
“Ei. Está melhor agora, Alice?” perguntou Paige.
A mãe de Mark e Andrew emitiu um sorriso para a garota. “Sim Paige. Eu estou bem. Obrigada. Fico feliz que vocês tenham me ajudado depois de termos saído do acampamento dos Predadores.”
Paige sorriu em retribuição. “Bom, fico feliz que você está se recuperando do ferimento da bala.”
“Sim. Embora venha levar um bom tempo para me recuperar, vocês têm me ajudado bastante.”
Paige sorriu para a mãe dos garotos. Despediu-se de Alice para Raj e Christine monitorarem o curativo dela e tratá-la no caso de uma infecção. A jovem atiradora avistou Mark e Andrew conversando com a Priscila. A guerreira estava um pouco abalada após aquele momento de retaliação ao matar Marlon e os Predadores da Selva, mas recuperou-se emocionalmente depois que ela os ajudou a ficarem tranquilos depois daquilo. Paige se juntou aos três para fazer companhia.
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Retomando a jornada em direção a cabana mencionada por Christine, o grupo prossegue para um campo onde a vegetação cresceu consideravelmente após os primeiros dias do apocalipse zumbi. Felizmente não havia sinais de zumbis nem dos assaltantes que seguiram Marlon e Celine até o fim. Apenas algumas árvores, mato de cor verde, algumas rochas e a vastidão do horizonte. E no meio daquela vastidão, estava uma cabana de madeira na qual a jovem enfermeira havia mencionado. Os sobreviventes sorriam ao ver aquele edifício.
Aproximando-se dela, tinha uma aparência bem simples, porém era grande em tamanho, o que era o suficiente para acomodar todos.
“É aqui, pessoal. Podemos passar a noite aqui.” disse Christine.
Priscila e Paige chegaram perto da enfermeira. Auxiliaram ela a abrir a porta. Sem muito esforço e como não estava trancada com chave, o grupo foi descarregando a bagagem e se acomodou em diferentes cantos do lugar. Alice pode descansar numa cama de casal, com Raj e Christine acompanhando ela por períodos estabelecidos. Mark e Andrew puderam estar perto dela para a mãe deles não se sentir sozinha.
Priscila vasculhava o redor da cabana enquanto Paige precisava tomar uma ducha. Entrando no banheiro, ela notou que o espaço era estreito, porém dava para fazer as necessidades. Pouco antes de prosseguir, escutou a enfermeira descendo as escadas. Num instante, Paige chamou-a.
“Sim Paige?” perguntou a enfermeira loira, atendendo o chamado da atiradora.
“Christine, se não for de muito incomodo, você poderia remover esta sutura?” pediu a jovem levantando a sua camiseta.
Christine examinou de perto a sutura da sobrevivente. Não estava contaminado, embora apresentava alguns hematomas dos golpes recebidos por Marlon e Celine.
“Claro Paige. Pode ser que demore um pouco, mas removerei os pontos.”
Christine subiu para procurar o kit médico e trazê-lo para atender a jovem Paige.
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As duas garotas estavam no banheiro. Paige tinha tirado suas camisetas, ficando apenas de calça e sutiã enquanto Christine removia os pontos cirúrgicos com uma tesoura e uma pinça. A atiradora sentia um pouco de dor à medida que a enfermeira cortava os nós e puxava devagar com a pinça.
“Calma aí, Paige. Estou quase terminando.” disse Christine removendo os últimos pontos da sutura.
Felizmente elas fecharam com chave o banheiro para terem um pouco de privacidade. Paige gemia um pouco, mas estava bem tendo a companhia de uma garota. Embora ela não se incomode com a companhia de outros, sentia-se melhor com alguém do mesmo gênero.
“Ei Paige, o que foi que aconteceu com você para ter esta sutura?”
Paige não lembrava de muita coisa da noite em que foi baleada e levada às pressas ao hospital. Tinha receio de não poder contar para a Christine da mesma forma que contou para a Priscila. A enfermeira ficou um pouco preocupada pelo silêncio.
“Tudo bem. Caso não sinta confortável para me falar, eu não vou te forçar a isso.”
“Isso foi há muito tempo. Eu não me lembro ao certo o que eu estava fazendo em Atlanta, mas… lembro que tinha um cara que estava fora do normal e… saiu atirando. Eu não sei ao certo se ele estava louco ou se naquela noite havia algumas pessoas que se transformaram em zumbis durante o apocalipse e ele estava tentando se proteger delas.”
Christine prestava atenção na história da sobrevivente. Ela estava para terminar a remoção dos pontos quando a conversa dela com Paige tomava mais a atenção do que no pequeno favor.
“Foi naquele tiroteio que eu fui atingida. Parecia que a minha vida tinha acabado quando eu desmaiei. Quando eu acordei, eu estava sozinha em uma cama de hospital com a agulha enfiada na minha veia. Sorte a minha que a Priscila veio me salvar depois que eu passei por vários apuros com os funcionários do hospital, agora transformados em zumbis.”
“Menina, você realmente passou por um aperto danado.” respondeu Christine surpresa, porém sorrindo. Paige a retribuiu.
Pouco antes de voltar a remover os pontos, a enfermeira loira ouviu o chamado da sobrevivente.
“Christine. Antes do apocalipse, como era a sua vida antes de parar no acampamento dos Predadores?”
A outra ficou um pouco muda. Ela tinha um certo receio de contar a sua história. Virou o seu olhar para a esquerda, mas retornou a olhar nos olhos da sobrevivente com os pontos no peito.
“Eu fazia enfermagem na faculdade em Georgia. Costumava ser uma das alunas mais talentosas e dedicadas nos estudos. A vida era bem simples. Não tinha muita coisa tão emocionante a ponto de deixar os estudos e deixar os meus pais decepcionados comigo. Tinha alguns amigos na qual eu passava a maior parte do tempo estudando.”
Paige prestava atenção na história de Christine. O rosto da loira virou por um momento.
“Quando o apocalipse começou, uma colega minha me chamou que a faculdade virou do avesso. Os professores, os estudantes, os funcionários, os guardas. A maioria foi morta enquanto alguns se transformaram em zumbis. Nós duas corremos para nos salvarmos. Em meio a fuga, ela tropeçou e caiu no chão.”
A forma como Christine contava a história dela levou Paige a imergir naquele cenário macabro. Ela via a cena da enfermeira e da amiga dela correndo para longe dos zumbis até o momento da queda da outra.
“Quando eu a vi, os zumbis a pegaram pelos calcanhares e foram arrastando ela para perto deles. Eu pude ouvir os gritos dela de socorro. Eles a devoravam viva. Eu… eu não pude fazer nada para ajudá-la. Eu fugi.” contava ela chorando.
Paige estendeu a mão dela no ombro de Christine.
“Eu sei que você não podia fazer mais nada para ajudá-la. Quando eu estava no hospital, havia um assaltante que me manteve como refém ficou para trás e eu precisei fugir dos zumbis antes que eu tivesse o mesmo destino que ele.”
Christine balançou sua cabeça em conformidade com a colega dela no banheiro.
“E o que aconteceu depois disso?”
“Eu descobri que um dos meus amigos conseguiu escapar com um amigo dele. O nome dele era Jackson. Fiquei feliz por vê-lo com vida. Ele era o que eu mais tinha afinidade durante os estudos. O colega dele, César, nos levou para um hotel na qual poderíamos ficar por um bom tempo. O quarto tinha uma cama de casal e um de solteiro para nós três.” contou Christine, sorrindo por um relance ao relembrar do tempo que ela passou com Jackson.
“E o que houve depois?”
“Jackson e eu ficamos a sós no quarto enquanto César organizava as nossas coisas e arrumava o carro. Eu pude sentir o corpo dele, assim como ele pode sentir o meu corpo. Nós dois tivemos sexo. Fiquei meio boba, mas era com alguém na qual eu tinha uma afinidade muito grande no tempo de faculdade.”
Paige sorriu. Mesmo que não era muito chegada em ter um momento particular com outra pessoa do sexo oposto, ficou feliz pelo pedaço da história que tenha terminado bem.
“Bom, eu fico feliz que você conseguiu sobreviver com a ajuda de seus amigos e que tenha encontrado alguém para compartilhar seus sentimentos.” disse a sobrevivente do fuzil Merlin.
“Sim. Jackson e eu éramos muito próximos. Pena que a história poderia ter sido diferente se não fosse pelos Predadores.” disse a jovem enfermeira, virando seu olhar para a direita.
Ouvindo aquele nome, Paige lembrou de Celine, de Marlon e dos capangas que arrastaram ela, Priscila e os outros para um mundo cruel além dos zumbis.
“César, Jackson e eu deixamos o hotel para procurar por outros sobreviventes. Não conseguimos. Tivemos que ir adiante até a floresta. A mesma onde os Predadores da Selva se encontravam.”
Paige prestava atenção na sua colega. A história que ela contava foi materializada na mente da atiradora de cabelo castanho, até o momento em que Christine, César e Jackson entraram naquele lugar que não deveriam.
“Escutamos o som de motocicletas se aproximando de nós. Para o nosso susto, eles chegaram para nos levar. Como não tínhamos armas, corremos para o carro e saímos o mais rápido que podíamos. Porém, eles nos alcançaram e nos fizeram encostar o carro. Jackson tentou tirá-los de circulação. Mas um dos assaltantes o acertou no peito, fazendo-o parar o carro. César e eu tentamos socorrê-lo, mas era tarde demais. Eu fiquei arrasada. Por quê? Por quê ele?! Eu amava o Jackson.”
Paige notou as lágrimas escorrendo dos olhos de Christine, caindo no chão enquanto terminava a história dela.
“Em seguida, César tentou escapar, só para ser morto em seguida. Eu teria um destino cruel nas mãos deles, mas o líder deles, Marlon, disse que eu seria poupada caso eu os ajudasse por entender de medicina e enfermagem. Eles me arrastaram em uma das motocicletas até o acampamento deles na floresta. Fiz tudo o que eles me pediam. Mas a que custo? Sem amigos. Sem direito para sair e ver o sol. Teria uma alimentação pobre, porém suficiente. Contudo, tudo mudaria quando eu conheci vocês naquela noite, quando a Priscila, Mark e os dois rapazes foram na cabana de medicamentos.”
Paige sorriu quando ela comentou daquilo. Christine enxugou suas lágrimas e continuou o trabalho. Mesmo gemendo após a enfermeira puxar o fio com a pinça e cortá-lo para removê-lo, a sobrevivente sorriu. Com o último ponto removido, Christine jogou os pontos extraídos no cesto de lixo. Apesar de não ter um descarte adequado, ela tinha que dispor com aquele repositório de descarte para papel higiênico usado após as necessidades.
“Muito bem, Paige. Os pontos foram removidos. Vai ficar uma marquinha da cirurgia aí no seu peito, mas vai cicatrizar com o tempo.” respondeu Christine.
Paige limpou o local pouco antes de prosseguir com o seu banho. Vendo a colega indo para a porta, chamou ela para agradecê-la.
“Valeu Christine.” agradeceu Paige.
Christine sorriu enquanto olhava para a sobrevivente. “De nada, Paige.”
A enfermeira destrancou a porta para voltar aos seus afazeres, deixando a jovem atiradora a sós enquanto desfazia de suas roupas para o chuveiro, trancando o banheiro depois que a outra saiu.
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No lado de fora, Priscila olhava para o horizonte. O vento balançava sua capa sentido da direita para a esquerda. O olhar dela estava apontado para onde estava o acampamento dos Predadores. Num instante, ela lembrou de sua reunião com os Homens de Preto da Organização.
Isso foi há sete meses antes de sua primeira missão com a guerreira de posto Número 2, Irene da Espada Relâmpago. Priscila estava diante de um Homem de Preto. Usava robes pretos, com uma espécie de corda amarrada na cintura e botas de couro. A pele dele era murcha, parcialmente acinzentada com algumas manchas escuras e veias saltadas para fora. Dava para entender que ele era um senhor de idade. O rosto mal podia ser visto por conta do capuz preto mas tinha as marcas de expressão bem visíveis e os olhos eram brancos junto da íris.
Priscila utilizava o uniforme padrão de guerreira, porém desprovida de peças de armadura e da espada. Ela manteve o seu olhar fixo naquela figura humana vestida de preto.
“Priscila, antes de você assumir esta missão, tenho que lembrá-la de que você é uma guerreira da Organização. Seu dever é o de proteger os humanos dos Yomas e garantir que as aldeias estejam sob nossa proteção por meio dos pagamentos. Um de nós passará na respectiva aldeia para receber o pagamento pelos serviços que prestamos pela proteção. Lembre-se: Se os aldeões não puderem pagar os nossos serviços, qualquer pedido de ajuda futuro será negado.” disse o Homem de Preto.
A guerreira olhava fixamente no seu instrutor, sem demonstrar qualquer emoção ou reação.
“Os Yomas são os inimigos mortais dos humanos. Se alimentam das vísceras e dos cérebros de suas vítimas e são capazes de se transformarem nelas para enganar outros humanos para se alimentarem de novas vítimas humanas. Apenas vocês guerreiras podem distinguir os Yomas disfarçados dos humanos.”
Ouvindo aquilo, Priscila teve uma breve lembrança de seu passado em Mucha, o lugar de onde ela nasceu e teve a experiência traumatizante de sua vida. Foi dessa experiência que o pai dela foi morto por um Yoma. O agressor assumiu a forma do pai dela e em seguida, matou a mãe e a irmã mais velha dela. Na época que isso aconteceu, Priscila era uma criança pequena e estava escondida, sem fazer barulho a ponto de chamar a atenção do Yoma. Com o monstro devorando as entranhas da irmã mais velha, a pequena pegou um machado e cortou a cabeça do monstro despercebido. Foram mais golpes que ela desferiu nele, acompanhados de gritos de dor pela perda e de raiva.
Retomando a sua realidade enquanto mantinha seu olhar no Homem de Preto, a guerreira permanecia com a expressão reprimida como parte de sua natureza fria perante tudo e todos.
“Agora, a regra mais sagrada da Organização quanto a proteção dos humanos. Sob hipótese alguma vocês não podem matar outros humanos.”
Os olhos da guerreira se arregalaram por um instante.
“Por mais que humanos entrem em guerra com outros humanos por disputas de poder e riquezas, nós não podemos interferir nessas questões nem ao menos protegê-los de outras nações ou de saqueadores. Esses conflitos pouco são relevantes para a Organização. Por esta razão, o seu dever é garantir que as aldeias prosperem sob a nossa proteção dos Yomas.”
“Eu entendo o que você diz, senhor. Se é para o bem dos humanos prosperarem e garantir que eles continuem sob nossa proteção, eu seguirei à risca as nossas regras mais sagradas. Independente dos perigos e de qualquer coisa que possa comprometer a segurança deles, eu matarei os Yomas que ousarem ameaçar as vidas deles.” respondeu Priscila, cerrando seu punho direito com força.
O Homem de Preto não demonstrou nem resquício de emoção ao ouvir a devoção fervorosa de Priscila. Os demais mantiveram-se em seus lugares, quietos e inexpressivos naquele salão redondo. Porém, o homem do meio, um senhor com pouco cabelo grisalho com ombreiras de metal, levemente sorriu.
“É exatamente isso que eu esperaria de ouvir de você, Priscila.”
A jovem guerreira ficou um pouco surpresa. O homem em questão era Limt. Ele é o membro principal e o chefe da Organização na qual comandava as ações das Guerreiras por meio dos Homens de Preto.
“O seu zelo e o seu potencial garantirão que os humanos prosperem sob os nossos cuidados. Suas habilidades e poder podem superar o de muitas guerreiras, podendo alcançar até mesmo aquelas que estão entre as primeiras.”
Com aquelas palavras ditas pelo chefe da Organização, Priscila ficou surpresa. O poder e as habilidades dela poderiam superar o de muitas guerreiras, incluindo as mais fortes da Organização como a Teresa do Sorriso Aparente, que alcançou o posto de Número 1 após superar a sua antiga colega e rival Rosemary; e da Irene, detentora da Espada Relâmpago e posto de guerreira Número 2.
Enquanto a fala daquele homem ecoava na memória da jovem guerreira, ela fechou seus olhos, abrindo-os em seguida.
Ao redor dela, Priscila viu-se que não estava mais no salão principal da Organização com Limt e os demais Homens de Preto. Estava na cabana de madeira no mundo de Paige. As folhas das árvores balançavam levemente com a brisa. Podia-se ouvir o som da água à distância e o bater das asas dos pássaros que voavam. A capa da guerreira balançava no mesmo ritmo que os galhos.
“Limt, perdoe-me por ter quebrado a regra mais sagrada da Organização. Mas saiba que eu não estou mais no mundo na qual eu fui criada.” dizia Priscila em seus pensamentos, olhando fixamente para o horizonte. “Estou em um mundo completamente diferente. Um mundo onde não há civilizações e leis. Só existe a regra em que o mais forte tem que lutar para sobreviver. E aqueles que não que conseguem lutar para sobreviver, perecerão neste mundo inóspito e cheio de perigos inimagináveis.”
O vento balançou com uma certa força ao redor de Priscila, porém cessou-se. Ela olhava em direção ao horizonte com certa preocupação pela segurança de Paige e dos outros. Num instante, algo chamou a atenção da guerreira. Era a sua protegida.
“Priscila. Tá tudo bem com você?” perguntou a jovem garota de cabelos castanhos.
“Eu estou bem, Paige. Aprecio a sua preocupação pelo meu bem-estar.”
Paige ficou um pouco surpresa, mas aceitou a resposta da sua colega.
“E os outros? Como estão?”
“Alice está bem, descansando em um dos quartos. Mark e Andrew estão preparando a mesa para jantar. Christine está na cozinha, preparando alguma coisa com o que temos e Raj está contando os nossos suprimentos e munição.”
“Para um médico, ele sabe muito bem manusear uma arma. Fico feliz que estão bem.” disse Priscila. Paige sorriu em resposta.
“Ei Priscila, lá no acampamento dos Predadores. Eu fiquei me perguntando o porquê você resolveu violar aquela regra de você não matar humanos.”
Ouvindo aquilo, a garota espadachim ficou séria.
“Você quer o porquê eu fiz aquilo?”
Paige balançou a cabeça dela para frente, requisitando a resposta de sua guardiã.
“De onde vim, nós guerreiras fomos instruídas a não matar humanos, sob nenhuma circunstância. A Organização nos proíbe disso, Paige. Se uma de nós violar esta regra, a punição por este ato é a morte.”
“Sim. Mas, de toda forma, você o fez. Por quê?”
Priscila olhou para o lado. Os olhos dela estavam fechados. Paige ficou aguardando pela resposta da colega, mesmo que o silêncio fosse deixá-la preocupada.
“Porque… eu me importo com você.”
Ouvindo aquilo, os olhos da atiradora arregalaram.
“Mesmo que eu precisei de um tempo para refletir depois que fomos capturadas pelos Predadores da Selva, no fundo, eu percebi que estou em um mundo completamente diferente do meu e que… eu precisava de alguma forma proteger vocês. Apesar da regra, eu escolhi a sua vida e a vida de todos do que viver ainda agarrada a ela.” respondeu a guerreira Número 2. Os olhos dela se abriram, demonstrando sinceridade em meio às lágrimas.
Paige segurou na mão da colega e a trouxe para perto dela. Priscila se espantou pelo abraço.
“Tá tudo bem, Priscila. Eu sei. Eu fico feliz por você continuar sempre do nosso lado e que fará de tudo para nos proteger.” respondeu Paige, abraçando sua amiga. As mãos da guerreira se enrolaram ao redor da atiradora, prendendo a outra em um abraço aconchegante.
As duas garotas compartilham daquele momento, sem ninguém e nenhuma forma de interrupção a ponto de chamar a atenção delas. Em seguida, elas prosseguem para a cabana ajudar os outros com o jantar.
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Horas se passaram desde que os sobreviventes se acomodaram naquela cabana. Alice estava junto de seus filhos, Raj, Christine, Paige e Priscila. Ela estava melhor depois que recebeu os devidos cuidados médicos e o acompanhamento na recuperação após ter a bala removida do peito dela.
E agora, os sobreviventes desfrutavam de uma refeição preparada pela enfermeira. Frango empanado com ervilhas, alface, batatas, tomatinhos e feijão. Pra beber, fizeram um suco de frutas com o que tinham a dispor. A mãe dos garotos sorria pelo cheiro e pelo sabor da comida da nova amiga que fizeram. Priscila, mesmo que comia uma pequena porção de comida, sentiu-se bem por uma refeição que não tinha há um tempo. Paige, Andrew e Mark passavam os pratos de diferentes comidas de um lado para o outro, compartilhando aquela refeição com os outros.
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Depois do jantar, Alice e os garotos cuidaram da louça, lavando os pratos e talheres. Foi uma refeição diferente daquela que tiveram depois do apocalipse zumbi. Raj e Paige arrumaram a mesa para deixá-la em ordem a fim de usá-la no dia seguinte.
Priscila prosseguia até a janela da sala de estar da cabana. Ao olhar, viu a floresta no meio do horizonte sombrio, coberto pela noite. No meio das árvores havia uma fumaça alaranjada subindo para o alto do céu. Isto chamou a atenção dela naquele lugar, mas não a ponto de fazê-la chamar o pessoal ou sair da cabana para investigar. A origem daquela fumaça vinha do acampamento daqueles homens que mantiveram o grupo sob custódia opressora. Contudo, aquilo estava longe de ser algo preocupante, pois Priscila sentia algo além no meio da floresta que a deixava inquieta. Mesmo que Marlon e Celine estejam mortos, podia existir remanescentes dos Predadores da Selva querendo vingança.
Mas aquele assunto podia ser desconsiderado por ora. Quando a Número 2 avistou Christine sentada na poltrona, pensou em fazer companhia.
“Priscila?” disse a enfermeira ao ouvir a espadachim se aproximando dela.
“Ei. O pessoal aproveitou bem aquela refeição que você fez.” respondeu a guerreira para ela. Christine sorriu pelo comentário.
“Pouco antes de deixarmos o acampamento dos Predadores, eu senti algo que aconteceu com você lá atrás. Eu quis evitar comentar com você enquanto os outros estavam por perto, especialmente pelo bem-estar da Alice e da Paige.”
Christine imaginou que ela tocaria naquele assunto, o que a deixou frustrada. Porém, como só estavam as duas, optou por falar naquilo. O episódio cruel que teve na barraca de medicamentos. Priscila se sentou para conversar.
“Quando eu voltei para a cabana em que eu estava, esperei para ter a certeza de que eu poderia sair depois de vocês, sem que o Marlon soubesse. Porém, não saiu do jeito que eu queria.” respondeu ela com um olhar para baixo.
Priscila prestava atenção na jovem enfermeira. As mãos de Christine se apoiavam nos joelhos dela.
“Marlon chegou no lugar, perguntando se eu estava ciente do acontecido. Respondi que eu não. Completei que nunca saía daquele lugar. Porém, como ele era uma pessoa desconfiada, perguntou se eu não estava envolvida na recuperação da Paige. Evitei ao máximo responder os questionamentos dele, mas fui agredida posteriormente.”
A guerreira prestava atenção no relato da enfermeira. As mãos que estavam nos joelhos se fecharam vigorosamente. Isto abaixou as sobrancelhas dela, emitindo uma preocupação pela experiência cruel que a moça teve com Marlon. Em seguida, avistou uma lágrima escorrendo do rosto dela, espantando a jovem guerreira.
“Ele… ele me deteve antes que eu pudesse ter uma chance de escapar e…” quando estava para completar a frase, veio a lembrança de ter sido violentada pelo líder dos Predadores. O corpo e a virilha de pele escura balançavam rigorosamente, batendo com força nas coxas dela enquanto o falo dele deslizava violentamente na enfermeira. E quando ele alcançou o ápice do prazer carnal, liberou toda a carga da masculinidade no ventre da pobre garota. “… abusou de mim. Marlon montou em mim, violando a minha intimidade com a virilidade e a força bruta dele.” disse Christine aos prantos.
Priscila ficou horrorizada com aquilo. “Aquele desgraçado!” disse ela em seus pensamentos.
“Eu tentei… eu tentei me recuperar depois daquilo e tentar fugir. Mas um dos homens de Marlon tentou me violar depois dele.”
Priscila começou a nutrir mais rancor por homens como Marlon e os capangas dele por abusarem de sua força para subjugar quem eles quiserem, ainda mais dos fracos, de mulheres, jovens e crianças. Não foi à toa que ela resolveu quebrar a regra da Organização ao matar o malfeitor e os capangas dele.
“Porém, antes que eu pudesse ter outro episódio cruel nas mãos deles, eu fui resgatada.”
“Resgatada? Quem te resgatou?” perguntou a jovem guerreira.
No meio da conversa das duas, Paige notou a sua guardiã com Christine. Por se tratar de um assunto particular, optou por não se envolver. Em vez disso, foi ajudar Alice e os outros.
Voltando na conversa de Priscila e Christine, as lágrimas da garota pararam de escorrer. Ela foi aos poucos recuperando a coragem e a força para falar.
“Um homem que não se vestia da mesma forma que os bandidos. Ele usava uniforme de soldado e armas bem antigas. Parece que ele é um viajante do tempo.”
Ao descrever um pouco aquele homem, a espadachim deu uma leve risada pela parte do “viajante do tempo”. Mas ela imaginou quem era o homem que a Christine estava falando. “Acho que eu sei quem seria ele. Estava nos observando desde o dia que deixamos a pousada do Richard.”
Christine imaginou que seria ele com base na resposta de Priscila.
“E o que aconteceu depois disso?”
“Ele me resgatou ao matar os guardas e me entregou bandagem e pano limpo pra me limpar. Deixei o acampamento enquanto ele ficou para incendiar as cabanas. Depois disso eu nunca mais o vi. Mas… eu não consigo me conformar depois de tudo isso.”
Priscila prestava atenção no relato da moça, vendo os dedos apertando com força o tecido da calça dela e a expressão mudar para nervosa e envergonhada.
“De ter perdido os meus amigos no apocalipse, da minha família, do meu namorado Jackson e de ter sido usada e abusada por Marlon e pelos homens dele. Que chances eu teria uma vida normal se eu for carregar um filho de um homem pérfido como ele?”
A enfermeira ouviu um suspiro da Número 2. Era um suspiro de não ter uma resposta confortante para dá-la.
“Olha, eu sei que a raiva não poderá fazer trazer aqueles que mais amamos voltar a vida ou desfazer tudo isso que aconteceu. Eu sei como é. Já tive uma família antes de me tornar uma guerreira da Organização.”
“O que aconteceu com a sua família?”
“Eles… foram mortos por um monstro. Os meus pais, a minha irmã. Só eu que sobrevivi naquela noite.”
Priscila teve uma breve lembrança do episódio que citou para Christine. Da noite em Mucha onde ela viu o Yoma na forma do pai dela e que devorava as entranhas da mãe e da irmã mais velha.
“Eu sinto muito, Priscila.”
A jovem guerreira balançou a cabeça dela para frente, aceitando as condolências da enfermeira. “O que posso te dizer é, se for um dia carregar um filho e criá-lo, independente quem tenha sido o progenitor, crie com todo o amor que você recebeu de seus pais e daqueles fizeram parte da sua vida, como o Jackson.”
“Quer dizer que, mesmo que a criança que eu carregar comigo for do Marlon, eu teria de criá-la de todo o jeito?”
“Sim. Caso não goste de lembrar daquela experiência cruel, tente pensar no Jackson como a figura paterna.”
Ouvindo aquilo, Christine fechou os olhos, emitindo uma expressão calma por aquilo.
“Você tem razão, Priscila. Talvez eu venha pensar no Jackson como o pai da criança, caso eu tenha a confirmação de que eu realmente esteja grávida. Valeu Priscila.”
“De nada, Christine.” respondeu a guerreira da Organização. Em seguida ela se levantou da poltrona para ver os outros. Pouco antes de deixar a sala, Christine a chamou.
“Priscila, por favor… não comente isso com os outros.” pediu a garota loira sentada na poltrona.
“Não se preocupe. Não direi para eles sobre o acontecido. Nem pra Paige.” respondeu Priscila. Na despedida, ela sorriu para a sua colega.
Priscila prosseguiu até a cozinha para ver Raj, Andrew, Mark, Alice e Paige. Christine olhava para o chão, pensando naquilo que a guerreira falou de criar o filho dela com todo o amor e carinho, independente de quem tenha sido o progenitor. Agora, precisava procurar por um teste de gravidez para certificar depois de ter sido violentada por Marlon.
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Longe da cabana onde os sobreviventes estavam, uma figura humana observava as barracas de madeira e palha se desfazendo nas chamas. Junto delas, haviam corpos humanos empilhados em diversos cantos. E todos eles pegavam fogo. Eram corpos dos Predadores da Selva. Alguns tinham os membros perdidos por armas cortantes, outros por projéteis de fuzil ou espingarda.
A figura humana usava o capacete de aço M1, botas, o uniforme tradicional do exército norte-americano na Segunda Guerra Mundial. Era o Tony Greenleaf, o veterano de guerra que serviu desde o desembarque anfíbio na Normandia até a Batalha das Ardenas. Apesar de sua idade, conseguiu arrastar os corpos espalhados na floresta para serem queimados. Um deles era do Daniel, um dos prisioneiros que se sacrificou para ganhar tempo para Priscila, Paige e o restante do grupo escapar das garras de Marlon. Outro era da Celine, a consorte do líder da gangue. E o último corpo era do homem pérfido que jazia sem as mãos e a cabeça cortada verticalmente. Morto pela Priscila ao brandir a espada dela para salvar Paige.
A maioria dos corpos humanos foi recuperada e trazida para o acampamento, onde teria o mesmo destino que o lugar: incineração. E como forma de garantir que não venham a se levantar como cadáveres ambulantes, Tony cortou as cabeças na linha do cérebro com um machete que portava para abrir caminho por entre a vegetação espessa. Para aqueles que tinham buracos de bala, ele optou por deixá-los do jeito que estão. Era uma forma de conceber o último descanso sem optar por enterrá-los por causa do apocalipse zumbi.
Ele assistia aquelas labaredas de fogo se levantarem, consumindo as casas de madeira e aquelas pessoas mortas. As vigas e as paredes caíram, desabando toda a estrutura em cima dos móveis e das pilhas. O cheiro não era agradável, mas Tony não se importou com isso.
“Agora que tudo isso acabou e os sobreviventes escaparam, preciso garantir que este lugar desapareça e não venha a ser usado por pessoas iguais aos Predadores da Selva. Pessoas que só sabem infligir dor e morte naqueles que não merecem esse tipo de destino.” dizia Tony em seu pensamento, assistindo as cabanas se desabando.
Tudo ao redor do soldado americano parecia quieto, desconsiderando o fogo que consumia a madeira, a palha e a carne. As faíscas subiam para o alto, espalhando por toda a área até o ar cessar e elas encontrarem o chão. Felizmente as chamas não encostaram nas árvores ao redor do acampamento, o que seria terrível se ocasionar um incêndio descontrolável e Tony ser consumido junto delas.
“Quem quer que venha para esta floresta, seja bandido ou não, verá que já existiu um lugar na qual o mal habitou e perpetuou qualquer tipo de atrocidade que nenhum ser humano sonha em querer isto. E não permitirei que outra pessoa venha sofrer por causa deles.”
Antes que ele pudesse partir, Tony escutou um som. Um que não fazia parte das casas desabando pelas chamas. Era o som de motocicletas que se aproximavam. Tony se espantou ao ouvi-lo. Não esperava que alguém fosse vir em veículos motorizados na direção do acampamento em ruínas.
Em vez de ficar para ver quem era, optou por achar um abrigo. Como não havia mais casas intactas para se abrigar, Tony se dirigiu correndo em direção à vegetação local. Felizmente havia alguns arbustos e plantas altas para se esconder, misturando-se na escuridão da noite com pouca iluminação para denunciar a posição dele.
O local permanecia na cor laranja devido às chamas. O barulho das motocicletas era evidente. Tony cerrava o olhar para onde ele estava antes de correr para um abrigo natural. E de repente, avistou as luzes surgindo de lá. Elas cobriram o local, e em seguida, vários triciclos e motos apareceram. Cerca de doze motocicletas e cinco triciclos estavam no pátio, com os motoristas e os passageiros descendo para se aproximarem da cabana principal, que jazia em ruínas flamejantes. Todos estavam armados com fuzis AK e variantes, submetralhadoras e pistolas automáticas.
“Mas o que aconteceu por aqui? Por que o acampamento está em chamas?!” exclamou um dos homens, carregando uma submetralhadora MAT-49 na mão.
“Acho que um dos nossos exagerou na bebedeira e deve ter perdido a razão.” respondeu um outro homem, portando um fuzil AKM.
“Besteira! Nenhum dos nossos homens faria uma coisa dessa!” negou o moreno com uma PP-19.
“Mas então, o que será que aconteceu por aqui enquanto estávamos fora?!”
“Onde estão Marlon e Celine?!” solicitou um dos bandidos.
Tony permanecia escondido, evitando fazer qualquer barulho para revelar sua posição. As respirações dele foram suspensas por fechar a boca, privando temporariamente o ar sendo liberado. Os olhos permaneciam fixos naquela cena. Alguns dos remanescentes do bando vasculharam o local por respostas e pelo chefe e executora. E a maioria delas não tinha nada, exceto as casas e as pilhas de corpos queimados, com alguns deles parcialmente apresentando ossos e a carne escurecida como se fosse carvão queimado.
Alguns dos bandidos vasculharam as pilhas, apagando o fogo para terem uma melhor descrição física daqueles que foram mortos. E um deles era o homem cruel que comandou os Predadores.
“Ali! Encontramos o chefe!”
Para o horror dos homens, o corpo sem cabeça de Marlon estava parcialmente queimado, porém puderam identificá-lo pelo que sobrou das roupas dele. Celine, que a essas alturas estava em uma das cabanas que desabou, praticamente foi dada como morta.
“O chefe… Ele tá morto, cara!” disse um dos homens armado com fuzil AK-47.
“O que faremos agora?!”
“Não temos mais chefe! A gente já era!”
“Ainda não! Ainda não é o nosso fim!” chamou uma voz emergindo de trás dos bandidos.
Tony se aproximou com a cabeça um pouco para ver quem era. O homem parecia vestir uma camiseta verde com manchas escuras, calça de moletom bege com um rasgo na perna direita e a barra da perna esquerda arruinada e sapatos cinza com meias brancas. Apesar da cor alaranjada vindo do fogo, a pele do homem era branca parcialmente morena. O cabelo era curto, encaracolado de cor preta. Aparentemente, ele se colocou como o novo chefe dos Predadores.
“Eu sou o novo chefe de vocês! A partir de hoje, vocês vão seguir as minhas ordens!” disse o homem, virando seu olhar para todos ao redor dele. O rosto dele tinha um bigode de tamanho médio, sobrancelhas grossas e uma cicatriz do queixo até o lábio direito.
Muitos homens armados que vieram com ele estavam perplexos, sem saber se realmente deveriam segui-lo mesmo com a morte de Marlon e Celine. Um deles até se manifestou, cético em relação a esse acontecimento recente.
“Mas Rudolf? Como teremos a certeza de que podemos contar com a sua liderança assim de repente?” perguntou o homem para Rudolf, o autoproclamado chefe dos Predadores.
Rudolf virou seu olhar para ele, aproximando-se com um olhar sério. “Saibam que eu estava perto de ser nomeado como chefe dos Predadores. Porém indicaram o Marlon por ser do círculo interno. E agora, com a morte dele, a culpa por essa cagada é dele.”
Com aquilo dito, o novo chefe se distancia do cético. A maioria dos bandidos apoiaram o seu novo líder, sem questionar e sem demonstrar qualquer opinião ou fala contrária a ponto de serem alvos de execução.
“Muito bem. Nós vamos atrás dos responsáveis pela destruição do nosso acampamento e da morte de nossos companheiros. Nós faremos eles pagarem por tudo que fizeram.” clamou Rudolf com a primeira ordem para os demais. “Vocês estão comigo?!”
“Estamos com o senhor!” responderam todos.
Os remanescentes dos Predadores se dirigiram para as motocicletas e triciclos. Todos estavam carregando suas armas na hora de montarem nelas. E com os motores ligados, rumaram em direção para o lugar onde o grupo de sobreviventes escapou das atrocidades dos antigos líderes para se abrigarem: a cabana de madeira.
Tony permaneceu no lugar de antes. Os olhos dele estavam arregalados de preocupação pela segurança do grupo. Embora ele tenha a ciência de que Priscila e Paige conseguem cuidar uma da outra e dos demais, enfrentar vários homens armados de uma vez sem que as vidas de Alice, Mark, Andrew, Raj e Christine sejam comprometidas seria muito arriscado. Ele manteve o M1 Garand nas mãos, mas diante desta situação, optou por não abrir fogo e se condenar por elas.
“São muitos deles. Não adiantaria eu me arriscar para ajudá-las. Preciso me retirar o quanto antes.” pensou Tony, levantando-se em seguida. Sem mais nada a fazer, o soldado americano prosseguiu na escuridão profunda da floresta.
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